terça-feira, 24 de abril de 2012

Escritor de coisas inúteis

Há algum tempo atrás, descobri na internet a ferramente perfeita para me expressar, pudia digitar diariamente algum texto com os meus pensamentos, com algo que aprendi, com algo que concordo, posso convencer algumas pessoas a pensar da maneira que penso, ou convencer uma pessoa a me odiar pelo que penso. Como alguns escritores virtuais, cada texto que escrevo e público me sinto como se estivesse nas ruas mais movimentadas com um megafone, gritando e me expondo, e 3 ou 4 pessoas param pra me ouvir, e o resto me ignora ou acredita que meu pensamento seja inútil demais para ser levado a sério. Inútil! Nisso que eu queria chegar, na inutilidade de cada texto que escrevo, de cada frase singelamente planejada, corrigida, refeita, re-pensada e enfim publicada que sai da minha cabeça. Cada palavra usando das mais completas palavras, dos vocábulos mais antigos com temas que até o jornal ignora.

Sou um escritor de coisas inúteis, e tais coisas são os meus pensamentos, sou livre pra pensar, criticar o que bem entender, e todos são livres pra julgar os meus textos. A verdade é que não mudaria o que penso por uma crítica, mas já mudei palavras em textos para que ele se tornasse mais acessível aos ignorantes que chamam cada palavra minha de inútil... A verdade, é que o homem no megafone não está nos centros das cidades para ser ouvido, mas está ali pra falar, eu não estou na internet para que meu conteúdo seja vigorosamente lido e divulgado, mas eu preciso escrever, minha alma fala enquanto escrevo. A verdade é que quanto mais bonito, tocante e marcante seja meu texto, mais ele é um conjunto de palavras que poucos sábios levarão a sério. Por fama, poderia dizer frases bonitas sobre Deus, usar os principais temas das novelas, ou focar minha atenção na notícia mais transmitida na mídia televisiva, todo escritor sabe expressar o que pensa, mas pode muito bem adotar uma ideia por motivos banais. É como o falante tentando ser irônico, ou disfarçando suas idéias, ou o pior de todos, tentando convencer alguém de que pensam iguais. Quem fala sozinho e é chamado de louco, deveria se orgulhar por estar em um estado de sabedoria maior que os outros, pois já é capaz de entender que não há melhor ouvinte que nós mesmos.

Acho engraçado, que debato comigo mesmo os temas que proponho, e discordo mais de mim do que qualquer outra pessoa é capaz de discordar, cada pensamento meu tem uma falha, cada lógica minha é inconsistente, e assim eu cresço com os meus ideais, dependendo apenas da minha humilde capacidade de pensar e discordar. Quando alguém discorda do que penso, usa todas as ferramentas pra mudar minhas idéias, mas quando eu discordo dos meus pensamentos, me permito refletir, e me dou tempo até chegar a uma conclusão. O fato é que o melhor amigo de alguém é ele mesmo, na nossa cabeça há um outro mundo girando e criando suas confusões, nos fazendo pensar, nos enchendo de idéias inúteis que nos fazem ser chamados de louco, e não importa se alguém vai ligar pro que pensamos ou escrevemos, o importante é que por mais útil que seja a nossa capacidade de pensar, nunca chegaremos aos pés das atividades de entretenimento que o homem adota, e sendo assim, todos os meus pensamentos serão humildemente inúteis.

Um comentário:

Jorge Lucas disse...

show camarada, realmente nossa cabeça é uma parada incrível, nossa critica a nós mesmos é algo fantástico..concordo em tudo que você falou, excelente texto!

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Filosofe!