quinta-feira, 26 de junho de 2014

Conto dos Quatro Elementos

Respiro forte,
ouço o barulho da água.
Respiro mais forte,
e deixo fluir.

Agora é só contar até 10,
aaah! Já posso respirar de novo,
não como antes,
nunca vai ser como antes,
nada vai ser como eu estava acostumado.
Pelo menos, pelas próximas horas.

Deitado, vejo a escuridão da minha mente,
como nunca vi antes, tudo está diferente,
mais escuro, mais medonho, mais eu.
Passado, presente e futuro se tornam um,
pra que eu possa entender a minha vida.
E lá vou eu de novo.

Respiro forte,
dessa vez acompanho a água,
é como se eu pudesse sentir a água sumindo,
é como se eu fizesse parte da fumaça que a água vira.
Minha mente pede meu corpo,
e meu corpo pede cama,
me deitei.

Levanto ouvindo vozes,
nem todas eram das pessoas presentes,
algumas vozes eram únicas, eram minhas.
Minhas milhares de vozes se separaram em talentos,
desenhei, escrevi, pensei,
como as vozes me mandaram fazer.
 E eu fui de novo.

Respiro forte,
dessa vez sem a água, ela já não fazia sentido,
já tinha feito seu trabalho, já tinha me feito.
Sinto todos as minhas vozes voltando pra mim,
todos os "Eus" perdem o sentido quando separados,
mas quando juntos, eu escolho a falta de sentido.

Meu corpo pede minha mente, 
minha mente pede descanso,
me deito,
respiro,
respiro,
e durmo.

Lucas Dantas de Oliveira

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